Possível acordo entre China e EUA impulsiona ações


 A grande novela de 2019, as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, deve ter uma nova semana de otimismo. O ministro das relações exteriores da China afirmou nesta segunda-feira que Donald Trump e Xi Jinping seguem em contato frequente para dissipar as tensões.

 

Na última sexta-feira (01), Trump voltou a afirmar que um acordo está próximo, e antecipou ainda que o documento poderia ser assinado no estado agrícola de Iowa, um dos mais atingidos com a imposição de tarifas de lado a lado. As negociações, que já duram 16 meses, têm uma nova data limite em 15 de dezembro, quando entra em vigor uma nova leva de tarifas americanas sobre produtos como eletrônicos e brinquedos.

Num inusitado encontro de crises, um acordo entre China e Estados Unidos estava previsto para ser assinado no Chile, no dia 16 de novembro, em conferência dos países do Pacífico. Mas a onda de protestos contra o governo fez o evento ser cancelado.

A pressa de Trump para chegar a uma solução com os chineses tem relação também com o calendário eleitoral de 2020.

O presidente americano pretende começar o ano com uma agenda positiva capaz de colocar em segundo plano o processo de impeachment que avança no Congresso. Iowa, neste contexto, também faz sentido: é visto como um estado-chave para o republicano no ano que vem.

Na China, um acordo também viria em boa hora, ajudando a suplantar os protestos por democracia em Hong Kong. Na noite deste domingo, um ataque a faca deixou seis feridos em um novo dia das manifestações que já completam cinco meses.

O otimismo com um acordo levou os índices de ações da Ásia à maior cotação em 14 semanas nesta segunda-feira. O índice MSCI para a Ásia e o Pacífico avançou 1,08% hoje, o que pode ajudar a impulsionar as bolsas também na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. Por aqui, o pacote econômico a ser anunciado na terça-feira o megaleilão do pré-sal, na quarta, também devem ser decisivos no Ibovespa, assim como a temporada de balanços. Na semana passada, o Ibovespa subiu 0,77%, para 108.195 pontos.

 

Informações: Revista Exame

Foto: (Kevin Lamarque/Reuters)